PMs envolvidos em chacina na AM-010 agiram como grupo organizado, diz investigação

Manaus (AM) – O documento de inquérito policial, o qual uma equipe de TV local teve acesso, na quarta-feira (28), aponta detalhes sobre a investigação dos 12 policiais militares suspeitos de participação na chacina de quatro pessoas, no último dia 21 deste mês, na AM-10.

De acordo com o delegado adjunto da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Danniel Antony, os agentes de segurança agiram como um grupo organizado e era necessária a imediata prisão dos envolvidos, que foi determinada pela juíza Dinah Câmara Fernandes.

“Há uma relação entre os investigados com os indícios encontrados pela investigação, pois os policiais agiram de maneira concatenada, em atividade típica de grupo organizado e que a liberdade dos suspeitos pode prejudicar as investigações”, afirma.

Após acatada a prisão temporária, para evitar que os suspeitos possam destruir provas do crime ou fugir, eles foram encaminhados para o quartel da Rocam, onde eram lotados, já que estavam sendo ameaçados de morte no batalhão de guarda, a unidade prisional da PM. O pedido de transferência foi feito pelos advogados.

Caso

A chacina que deixou quatro pessoas mortas, na madrugada de quarta-feira (21), esteve cercada de mistérios. O caso ganhou uma reviravolta após a suspeita de envolvimento de agentes da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam).

Os corpos foram encontrados em um carro abandonado em um ramal da rodovia AM-010, que liga Manaus aos municípios de Itacoatiara e Rio Preto da Eva.

Depois, o caso ganhou novos contornos após um vídeo, compartilhado nas redes sociais, ter registrado o momento em que agentes da Rocam abordaram vítimas da chacina, na noite que antecedeu o crime.

As revelações arrastaram os oficiais que aparecem nas imagens ao ponto de partida das investigações para desvendar o caso, e aumentaram a lista de questões a serem esclarecidas pelas autoridades.

Em comunicado enviado à imprensa, o Comando da Polícia Militar do Amazonas informou que os policiais que participaram da abordagem foram afastados de suas funções até a conclusão da apuração, na ocasião. Agora, presos preventivamente.

Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informa que o inquérito segue em andamento e, para que não haja prejuízo às investigações, as informações quanto aos depoimentos e demais apurações serão preservadas e divulgadas em momento oportuno.

“A SSP-AM ressalta o trabalho integrado entre a Polícia Militar, PC-AM e a Corregedoria-Geral da SSP-AM para dar celeridade na elucidação do caso e reforça que o Sistema de Segurança Pública do Amazonas não compactua com desvios de conduta de quaisquer servidores”, diz a nota.

Vídeo: