“Paulo Guedes é um imbecil”, diz David Almeida sobre ataques à ZFM
- Redação AM24H
- 3 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
O prefeito David Almeida ainda completou dizendo que votou em Bolsonaro, mas que sabe cobrar por respeito

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), subiu o tom das críticas ao Governo Federal pela condução do imbróglio envolvendo a Zona Franca de Manaus, na manhã desta segunda – feira (2), durante a assinatura da ordem de serviço do “Asfalta Manaus”, no bairro Alvorada, zona Oeste da cidade. O evento contou com a participação do governador Wilson Lima (União Brasil).
Após diversas negativas em mudanças no decreto que retira os benefícios fiscais do Polo Industrial de Manaus (PIM), assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, o chefe do executivo municipal demonstrou indignação pela perdas de empregos no Amazonas, considerando a saída de empresas que podem deixar o Estado.
David Almeida também criticou o modo como o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem tratando a questão, classificando-o como “imbecil”.
“O pior ministro da economia de todos os tempos chama-se Paulo Guedes! Abram os olhos! Nós temos a maior inflação de todos os tempos, o pior índice de desemprego, o ovo é R$: 0,50, o pão é R$: 0,50, a conserva é R$: 15,00, a gasolina está quase R$: 8,00, o gás de cozinha está mais de R$: 110,00, a energia está cara. E, aí, sabe qual é o culpado para o imbecil do Paulo Guedes? A Zona Franca, que significa menos de 0,9% do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro. Um imbecil desses, que nunca recebeu um voto, vem prejudicar o povo da minha cidade. A minha posição com relação ao Bolsonaro é essa. Eu votei nele, mas eu cobro ele. Ele tem que respeitar o povo que o elegeu!”, desabafou.
Ainda durante a coletiva de imprensa, o prefeito de Manaus também se posicionou contra aqueles que desejam se eleger com os votos do povo do Amazonas, mas não são capazes de sair em defesa da Zona Franca de Manaus.
“Eu sou eleito pelo povo da minha cidade e vou defender os interesses do povo da minha cidade! eu fiquei triste de ver pessoas fazendo manifestações , no dia do trabalhador (1 de maio), apoiando aquele deputado que foi caçado, Daniel Silveira, contra o STF [Supremo Tribunal Federal] e não defendendo o povo da sua própria cidade. Tem gente que foi eleito com o voto do amazonense, do manauara, que não defendeu e não defende os empregos de vocês. Tem coragem de defender o pessoal lá do Sul e não defende o povo que os elegeu”, comentou.
O caso é na Justiça
Sobre o diálogo com o Governo Federal, David almeida diz estar encerrado e que, agora, a resolução do embate será por vias judiciais.
“Não tem pouca conversa, não tem conversa, não tem papo. É judiciário! Porque, se eles quisessem mudar, já teriam mudado. O governador Wilson Lima é executivo, eu sou executivo, o presidente Bolsonaro é executivo”, afirmou.
O prefeito de Manaus também comentou sobre os recursos empregados para asfaltar a cidade e que não contaram com a colaboração do Governo Federal.
“Queria poder falar ‘Olha, o presidente Bolsonaro, que teve 67% dos votos em Manaus, liberou R$ 1 bilhão para a gente asfaltar as ruas’, mas isso não aconteceu. Não tem R$: 1,00 do Governo Federal, aqui! Tem recurso da Prefeitura e do Governo do Estado. Queria falar ‘O presidente Bolsonaro defendeu os empregos da Zona Franca de Manaus’, mas isso não está acontecendo. E, aqui, não tem nenhum leso! Eu não sou otário e nem o povo do meu Estado. O cara teve 67% dos votos aqui, a gente não tem que ficar aplaudindo ele acabar os nossos empregos. A gente tem é que cobrá-lo. Já esgotou todo o diálogo”, garantiu David Almeida.
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“Essa nossa conversa com o Ministério da Economia se mantém permanente, tanto com a indústria e com os nossos técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e os da nossa Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecti)”, declarou o governador.
Segundo Wilson Lima, a importância de sensibilizar o judiciário com relação à defesa da Zona Franca é mostrar não somente sua importância econômica, mas assistencial aos trabalhadores do Estado.
“Ela (ZFM) tem não só o papel econômico, mas o social. Todas as empresas do distrito pagam escola particular, plano de saúde para os funcionários, empregos diretos, indiretos, fora os gerados em outras regiões do Brasil”, afirma.
Descumprimento
O governo federal descumpriu a promessa feita aos amazonenses e acabou prorrogando decreto que reduz em 25% a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), prejudicando a Zona Franca de Manaus.
Jair Bolsonaro assinou o documento que deixa prorrogado até o dia 1° de maio a redução linear do imposto. A promessa da equipe econômica era excepcionalizar da lista de corte do IPI os produtos da Zona Franca de Manaus (concentrados de refrigerantes, motocicletas e linha branca) e ampliar de 25% para 33% o corte da alíquota do IPI para os demais produtos, fato que não foi incluído no decreto.
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