Omar Aziz garante que trabalhos da CPI terão continuidade
- Redação AM24H
- 16 de jul. de 2021
- 4 min de leitura
Mesmo com o recesso de 15 dias , o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz garantiu que os trabalhos investigativos continuam

Manaus (AM) - Mesmo com o recesso de 15 dias do Congresso Nacional, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI da Pandemia), senador Omar Aziz (PSD-AM), garantiu que os trabalhos investigativos da CPI não serão paralisados.
De acordo com o parlamentar, os mais de dois meses de instalação do colegiado, em que 34 pessoas foram ouvidas, entre convocados e convidados, geraram aproximadamente 2 Terabytes (TB) de dados, que precisam ser analisados. As sessões semi presenciais serão retomadas no próximo dia 3 de agosto.
Dos 2 TB de arquivos recebidos pela CPI, 977 Gigabytes (GB) são de dados ostensivos e 529 GB são sigilosos. O montante é o equivalente a 500 mil fotos com uma câmera 12 Megapixels (MP); ou 1 mil horas de vídeo em HD; ou 13 milhões de páginas de documentos, ou ainda a 1,3 mil armários físicos cheios de papel.
“Nesses 15 dias, a CPI não vai parar. Não têm reuniões, mas o trabalho não para. Hoje mesmo tenho uma reunião com os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), para que possamos fazer o cronograma de trabalho. (A CPI) tem quase 2 terabytes de conteúdo que precisam ser analisados”, afirmou Omar Aziz.Ao fazer um balanço dos 80 dias de CPI, o presidente do colegiado afirmou que o início dos trabalhos se deu com investigações sobre o negacionismo; a propagação de medicamentos sem comprovação científica e a imunização de rebanho.“Sobre isso, a CPI tem dados suficientes para fazer o relatório. A partir daí, quando ouvimos o Fabio Wajngarten, tivemos uma surpresa grande, pois a Pfizer começou a oferecer vacina para o Brasil e o Governo brasileiro não deu importância”.
Com isso, a comissão passou a investigar também sobre as negociações de vacinas e o porquê da demora para fechar o contrato com algumas empresas, o que teria feito com que 130 milhões de doses da Pfizer e da Coronavac, deixassem de ser entregues ainda em dezembro de 2020.
“Surpresa maior para a CPI e para o povo brasileiro é que o Governo Brasileiro não tinha interesse de comprar a Pfizer a 10 dólares e muito menos a Coronavac, mas tinha interesse em comprar a Covaxin, da Precisa, a pelo menos 15 dólares. Agora surge esse novo componente, e com o depoimento do Cristiano (Carvalho), ele traz à tona mais nomes envolvidos na busca pela vacina fantasma”.Quanto à retomada das sessões, o parlamentar destacou que em agosto deverão ser feitas acareações, a fim de confrontar informações apresentadas na CPI, como a respeito das invoices, da suspeita de envolvimento de membros do Ministério da Saúde (MS) em negociações de ‘vacinas fantasmas’, dentre outras.
“Temos que saber como foi isso, pois, sinceramente parece coisa de filme. Há um vasto caminho de investigação a ser percorrido”.

Pessoas ouvidas pela CPI
Desde maio, a CPI ouviu 34 pessoas entre convocados e convidados. Dentre elas, duas estiveram presentes duas vezes em sessões da comissão.
O primeiro foi o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que foi ouvido no dia 6 de maio e retornou em 8 de junho. A segunda foi a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, que esteve nos dias 13 e 14 de julho.
Confira abaixo a ordem cronológica de depoimentos da CPI:
04.05.2021 ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta;
05.05.2021 ex-ministro de Estado da Saúde, Nelson Teich;
06.05.2021 ministro da Saúde, Marcelo Queiroga;
11.05.2021 Diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres;
12.05.2021 ex-secretário especial de Comunicação Social da presidência, Fabio Wajngarten;
13.05.2021 gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo;
18.05.2021 ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo;
19.05.2021 ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello;
25.05.2021 secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro;
27.05.2021 diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas; 01.06.2021 médica oncologista e imunologista Nise Hitomi Yamaguchi;
02.06.2021 médica infectologista e ex-secretária de enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Luana Araújo;
08.06.2021 ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, retorna à CPI;
09.06.2021 ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Antônio Elcio Franco Filho;
11.06.2021 a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Natália Pasternak e médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Cláudio Maierovitch;
15.06.2021 ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo;
16.06.2021 ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel;
18.06.2021 médico infectologista, Francisco Eduardo Cardoso Alves, e médico infectologista, Ricardo Ariel Zimerman;
22.06.2021 ex-ministro da Cidadania e deputado Osmar Terra (MDB-RS);
24.06.2021 diretora-executiva da Anistia Internacional e coordenadora do Movimento Alerta, Jurema Werneck e epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal;
25.06.2021 chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e o irmão dele, deputado federal Luis Miranda (DEM-DF);
29.06.2021 deputado estadual Fausto Júnior (MDB-AM);
30.06.2021 empresário Carlos Wizard Martins;
06.07.2021 fiscal de contratos no Ministério da Saúde, Regina Célia Silva Oliveira;
07.07.2021 ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias;
08.07.2021 ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato;
09.07.2021 técnico da divisão de importação do Ministério da Saúde, William Amorim Santana;
13 e 14.07.2021 diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades;
15.07.2021 representante da empresa Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Hossri Carvalho.
*Com informações da assessoria
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