Mulher que matou filha asfixiada vai responder pelo crime em liberdade, em Manaus
- Redação AM24H
- 5 de jan. de 2023
- 3 min de leitura

Manaus (AM) – Claudiana Freitas, de 23 anos, a mãe que confessou que matou a própria filha de apenas 6 anos asfixiada, vai responder em liberdade pelo crime. Ela foi liberada após passar por audiência de custódia na quarta-feira (4).
Conforme o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em acordo com o parecer favorável do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM), o juízo de Plantão da Audiência de Custódia homologou o flagrante e concedeu à Claudiana Freitas liberdade provisória, com medidas cautelares, sendo estas:
A proibição de se ausentar da cidade de Manaus;
A proibição de mudar de endereço sem comunicar ao Juízo e
A obrigatoriedade de se apresentar mensalmente à Vara competente onde o processo tramitará;
A decisão do Juízo é passível de recurso e a investigada responderá a processo em uma Vara Criminal. Por haver menor figurando entre as partes processuais, este tramitará em segredo de justiça
A pequena Isabelly Eloize Soares Freitas deu entrada no Hospital da Criança da Zona Leste de Manaus, o Joãozinho, na noite de segunda-feira (2) vindo do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Galileia, mas não resistiu aos ferimentos.
A mãe chegou alegar no primeiro momento que a filha havia passado mal e estava desmaiada. Entretanto, após o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontar a causa da morte por asfixia, a mulher confessou o crime e disse que matou a filha sufocada.
Ela disse que sofre de depressão e estaria em surto quando cometeu o assassinato após brigar com o companheiro.
O caso na casa onde elas moravam, na comunidade Parque Eduardo Braga, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.
Detalhes sobre o crime e depressão
Ainda durante o depoimento, a mulher contou como cometeu o crime.
“Segundo ela, estava sozinha com a criança em casa e passava por problemas depressivos, planejava tirar a própria vida e, segundo ela, não gostaria de deixar a filha sozinha. Então ela conta que sentou com a criança na cadeira, pediu perdão a menina e a asfixiou com o próprio braço”, disse a delegada Joyce Coelho.
O quadro depressivo foi confirmado pela Polícia Civil, por meio de laudos médicos.
O marido de Claudiana e padrasto da menina também relatou acreditar que a companheira cometeu o crime durante um surto. Segundo o homem, horas antes os dois haviam brigado, e ele resolveu sair de casa e deixou as duas sozinhas.
“Quem trouxe para a gente a informação do estado depressivo dela foi o atual companheiro, que relatou que em decorrência dessa depressão, ela tinha alguns surtos e acabava gritando e agredindo pessoas”, disse Joyce Coelho.
Ainda segundo a delegada, Claudiana tem histórico de tentativas de suicídio e, inclusive, ela disse que planejava se matar depois de matar a filha, mas que se arrependeu quando a viu inconsciente.
Abuso sexual
A Polícia Civil também investiga suposto abuso sexual sofrido pela vítima.
Quando a menina deu entrada no Joãozinho, os médicos suspeitaram que, além das agressões físicas, a menina também foi vítima de violência sexual e acionaram a polícia.
Nesta quarta-feira (4), a titular da Depca informou que os laudos do IML confirmaram o abuso, no entanto indicam que o crime não é recente.
“O abuso sexual encontrado não era recente, ou seja, não cabia flagrante, mas foi relatado também no Boletim de Ocorrência, para que nesse mesmo inquérito seja apurado a autoria”, disse a delegada.
O pai e o padrasto da vítima cederam material genético para comparação com o que foi encontrado no corpo de Isabelly.
A autoria da violência sexual seguirá em investigação. A mãe responderá pelo crime de homicídio qualificado e ficará à disposição da Justiça.
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