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Mansonelose e Oncocercose: doenças que afetam indígenas e ribeirinhos

  • Foto do escritor: Redação AM24H
    Redação AM24H
  • 28 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura

Conhecidas como "A cegueira dos rios" e "Doença do bicho borrachudo", a infecção pode ser ainda mais comum do que se imagina

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Manaus (AM) - As doenças infecciosas e parasitárias são uns dos principais motivos das mortes e sequelas entre a população indígena. Muitas dessas, são desconhecidas e precisam de um extenso estudo para levar até o diagnóstico e encontrar o tratamento.


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Muitas dessas, são desconhecidas e precisam de um extenso estudo para levar até o diagnóstico e encontrar o tratamento | Foto: Alejandro Zambrana/Sesai


No quesito doença, a população indígena não possui um grande suporte, principalmente, pela dificuldade em chegar até o lugar que o doente está e identificar a enfermidade para o tratamento adequado. Duas dessas doenças que afetam diretamente a população e podem ser encontradas às margens dos rios Amazônicos são a Oncocercose e Mansonelose.


Duas doenças são algumas das negligenciadas e endêmicas da região amazônica. Elas são desconhecidas da população geral e desencadeiam sérias consequências para a saúde.


Pensando nisso, os discentes do 8º período do curso de Farmácia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) produziram documentários sobre as doenças. Conheça um pouco das duas enfermidades que podem até causar cegueira.


A Oncocercose: a cegueira dos rios


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A oncocercose pode causar cegueira pelo fato do parasita se alojar no globo ocular | Foto: Divulgação


Conhecida como a "cegueira dos rios" e "mal do garimpeiro", a oncocercose é uma infecção produzida pelo parasita Onchocerca volvulus, que se instala no tecido subcutâneo das pessoas atingidas e causa diversos sintomas.


Presente em 35 países e com mais de 18 milhões de pessoas infectadas, a doença é encontrada, principalmente, em rios e correntezas, afetando os moradores da região, como os ribeirinhos e os indígenas.


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Médico retirando parasita da pele de indígena | Foto: Alejandro Zambrana/Sesai


A transmissão da oncocercose se dá pela picada do inseto infectado. O parasita se transforma em verme adulto e se dissemina por todo o corpo, podendo causar alterações na córnea e até mesmo, a cegueira. Além disso, é comum a presença de lesões e nódulos pela pele, ou até mesmo pessoas que não apresentem nenhum sintoma e sejam assintomáticas.


A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Magali Romero Sá, conta que a doença pode se manifestar de diferentes formas dependendo do lugar em que está presente. Ainda destaca que, até o momento, não há registro da doença em outras espécies além dos humanos.


"A doença se expressa de maneira diferente em determinados lugares e isso é muito interessante. Na África, que é o lugar que é mais predominante, ela deixa a pele toda enrugada, como se fosse pele de lagarto. E uma outra coisa, é que é uma doença que só dá em humanos. Até hoje não há registros em qualquer outra espécie" Magali Romero Sá, Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz


O diagnóstico pode ser feito, principalmente, por meio de análise microscópica de amostras de biópsias. Além dos exames de imagem, dependendo da gravidade da doença.


Mansonelose: a doença do bicho borrachudo


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Lesões e nódulos pela pele causadas pela mansonelose | Foto: Divulgação


Conhecida como doença do bicho borrachudo, a mansonelose é uma filariose que causa um desconforto para aqueles que contraem a doença. Comumente vista em indígenas e ribeirinhos, o inseto deposita larvas que entram na pele da pessoa e causam a enfermidade.


Os sintomas vão de leves a moderados, com presença de lesões e nódulos pela pele; dores de cabeça; dores nas articulações e febre moderada. No entanto, em casos mais graves da doença, foi registrado uma lesão ocular com círculos brancos nas córneas, que embaçam a visão.


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O inseto deposita larvas que entram na pele da pessoa e causam a enfermidade | Foto: Divulgação


De acordo com o pesquisador da Fiocruz, Dr. Jansen Fernandes, a mansonelose tem algumas similaridades com doenças endêmicas encontradas na região amazônica, como a malária.


"É muito comum encontrar uma pessoa com a mansonelose - com febres sem causas aparentes, dor de cabeça, dores articulares, frieza nas pernas, as vezes tonturas - e esses são sintomas inespecíficos, e muitas vezes comuns a outras doenças, como a malária" Jansen Fernandes, Pesquisador da Fiocruz


Com isso, o diagnóstico fica mais complicado e é comum encontrar infectados que tem malária e mansonelose ao mesmo tempo. Por conta da falta de conhecimento da doença, muitos não conseguem dar o diagnóstico preciso.


O médico revelou que a descoberta da doença pode ser feita por meio de exame de sangue e não há um tratamento estabelecido, entretanto, o que teve mais resultados foi a Ivermectina, o remédio antiparasitário.


"Não tem um tratamento definido, mas em alguns estudo feitos, o melhor tratamento é a Ivermectina. Ela extermina as microfilárias, e a gente percebeu que o remédio é capaz de eliminar por até um ano".


Uma possibilidade para ter uma qualidade vida melhor para a população indígena e ribeirinha, de acordo com o pesquisador, é criar um programa de tratamento dentro das comunidades para que a resposta a doença seja mais rápida e evite o agravamento da enfermidade.


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