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Especialistas começam a ver a Covid-19 como uma endemia sazonal do outono

  • Foto do escritor: Redação AM24H
    Redação AM24H
  • 25 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Diminui o intervalo entre picos de diferentes estados; especialistas veem sazonalidade similar à da gripe e provável necessidade de campanha anual de vacinação



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Em 2021, em 24 estados brasileiros, a pandemia da Covid-19 tem seu ciclo de auge nos óbitos concentrado ao longo de um mês e meio, no outono. Em comparação ao ano passado, quando os picos ocorreram ao longo de quatro meses e meio, há uma temporada de alta mais bem delineada, semelhante à curva da gripe.


Em 2021, porém, a epidemia de Covid-19 está mais grave: nesta segunda-feira (24), o país ultrapassou a marca das 450 mil mortes registradas por Covid, após muitos estados apresentarem queda na mortalidade em relação aos picos atingidos em março e abril.

— Em 2020, a epidemia no Brasil foi assíncrona. Já em 2021 é nítida a sincronia das ondas nos estados — afirma Wanderson de Oliveira, ex-chefe da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.


Segundo o cientista, em tese, isso implicaria risco menor de uma terceira onda com números maiores do que os observados entre março e abril. Essa sincronia, porém, não significa que fora do período de auge o vírus não possa se estabilizar em níveis relativamente altos e preocupantes.



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Como as medidas de distanciamento se afrouxaram mais em 2021, a escalada de casos e mortes para o pico ocorreu de forma mais rápida. Apenas Roraima e Amazonas se anteciparam ao período de sincronia do outono, comportamento típico de gripe na região Norte.


Com os números entrando em queda após abril, diz Oliveira, a curva da epidemia se tornou similar não só à do vírus influenza, mas também à de outros patógenos causadores de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), como visto em 2018 e 2019.

Segundo Oliveira, porém, mais do que tentar prever quando será o próximo pico, é preciso aproveitar o atual momento para intensificar os trabalhos de vigilância epidemiológica da Covid-19, que é mais efetiva fora do momento de auge.

Vacinação anual

Uma das implicações de a Covid-19 estar se desenhando como endemia sazonal, diz o pesquisador, é a necessidade de elaboração de uma campanha nacional anual de vacinação, como aquela feita para a gripe.

No caso da gripe, a imunização periódica é essencial, pois a proteção oferecida pelas vacinas cai com o tempo, e porque a cada ano circulam diferente variantes do vírus influenza. A Covid-19 também está se desdobrando em diferentes variantes, e não está claro ainda se a proteção da vacina será duradoura.

— Ainda é cedo para afirmar, por exemplo, se a vacina de Covid-19 precisará ser reformulada todos os anos, pois o vírus pode apresentar estabilidade em algum momento — diz Oliveira.


Resposta nacional à pandemia é ainda mais crucial

O atual padrão da epidemia no Brasil, ele diz, deveria inspirar mudanças e adequações na política de combate à doença, o que não está ocorrendo.

— Está claro que as estratégias de resposta estão centradas nas mesmas premissas de 2020 — disse.

No contexto de alinhamento, a necessidade de uma coordenação de escala nacional para resposta ao vírus se torna ainda mais importante. Uma crítica comum no meio da saúde é que o governo federal se omitiu da responsabilidade de desenhar essa política e dificultou a coordenação entre estados e municípios.

Um outro motivo para o alinhamento do auge da epidemia em março e abril de 2021, além da chegada do outono, pode ter sido uma reabertura simultânea nacional da economia. A circulação de pessoas, destaca Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazonas, aumentou consideravelmente e houve muito contato humano no Réveillon e no Carnaval.

— Esse talvez tenha sido o elemento novo, somado à variante P.1 — diz o epidemiologista, em referência à cepa viral da Covid-19 que emergiu em Manaus.


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