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Custo da cesta básica aumenta e afeta qualidade de vida no Amazonas

  • Foto do escritor: Redação AM24H
    Redação AM24H
  • 15 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Preço do rancho no primeiro semestre de 2021 subiu 6,51%



Em Manaus, está cada dia mais difícil sair do mercado com o carrinho cheio. No primeiro semestre de 2021, o valor da cesta básica na cidade teve um aumento de 6,51%. Apenas entre maio e junho esse crescimento foi de 2,5%: no primeiro, o consumidor gastou uma média de R$ 258,73 em produtos essenciais, já no segundo, os mesmos produtos totalizaram R$ 265,19. Os dados são da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (CDC/Aleam).


A pesquisa feita pelo CDC, em dez supermercados localizados nas Zonas Norte e Leste de Manaus, coletou dados de 26 itens essenciais, entre os quais dez sofreram reajustes mais significativos, como a margarina, a linguiça calabresa, a bolacha cream-cracker e o ovo.


Márcia dos Santos, contadora, de 48 anos, apesar de fazer compras mensais, sempre precisa voltar ao mercado para completar algo que acabou. Atualmente ela gasta em média R$ 1,3 mil em cesta básica, sem encher o carrinho, enquanto até 2019 R$ 900 eram o suficiente para conseguir levar muito mais produtos para casa.


“Acho um absurdo pagar R$ 48 em um quilo de alcatra, R$ 57 em um quilo de queijo mussarela, R$ 15 em um quilo de feijão. Eu fico pensando como um trabalhador que recebe um salário mínimo sobrevive? Todos deveríamos receber um bom salário para comprar uma alimentação digna”, desabafou.



Entre os itens que não podem faltar em sua casa estão feijão, arroz, café, manteiga, frutas, verduras, ovos, carnes, material de higiene e limpeza. E entre as coisas que ela deixa de fazer, para que esses itens não faltem, estão cuidados pessoais e momentos de lazer.


O comunicador Tiago Souza, 24, também faz compras por mês, mas precisa adquirir outros itens por semana. Em sua cesta básica, que custa em média R$ 300, não pode faltar arroz, feijão, macarrão, café, frangos e produtos de higiene básica pessoal. Mas ele gostaria de adicionar itens de melhor qualidade, como carnes, doces e salgados.

“Infelizmente, é um reflexo de políticas e ações econômicas que não deram certo nos últimos tempos e impossibilita que o cidadão possa ter acesso a uma variedade de produtos e acabam obrigados a trocar ou retirar itens que anteriormente entrariam na conta do rancho sem algum problema”, diz.


Segundo a pesquisa, o preço médio da margarina subiu de R$ 1,74 para R$ 2,68 no último mês (aumento de 53,96%); seguida pela linguiça calabresa, com 31,15% de alta; da bolacha cream-cracker 30,33% e da cartela de ovos, que teve um salto de R$ 14,72 para R$ 15,76, com 14,30%.


Outros produtos com alta nos preços foram arroz (12,61%), sabão em pó (16,87%), papel higiênico (11,69%), e pasta de dente (7,14%). Já entre os itens que ficaram mais baratos estão o sal de cozinha (com decréscimo de 12,05%), o vinagre (com decréscimo de 6,82%), o feijão carioca (com decréscimo de 3,95%), o óleo de soja (com decréscimo de 2,26%) e a água sanitária ( com decréscimo de 2,24%).


No interior


O aumento nas prateleiras do mercado não é sentido só na capital. A alta da inflação também atinge moradores dos interiores do Amazonas, como é o caso da aposentada Creuza Salvador, 72, moradora do município de Lábrea (localizado a cerca de 700km de Manaus). Ela relata que nunca mais comeu carne. “A geladeira está cheia, mas é de peixe que o meu marido pesca”.


Para ela, o que o que mais pesa no bolso é o arroz, o açúcar, o café e o feijão. “Um dia você compra o quilo do arroz a R$ 6, no outro dia já é R$ 6,50, e em outro canto já é R$ 7. Nunca mais fiz rancho pra encher o armário”.


Motivo do aumento


O economista Origenes Martins explica que o Governo Federal estabeleceu um parâmetro de valor listando um grupo de produtos, chamado de Cesta Básica, cujo preço passou a ser acompanhado medindo a alta ou baixa dos preços.

“É uma espécie de inflação direcionada aos alimentos, o que interessa principalmente às famílias de baixa renda”, esclarece.


Segundo o economista, outros fatores de interferência são a inflação, que, desde o início da pandemia de Covid-19 aumentou consideravelmente, diminuindo o poder de compra do consumidor e consequentemente aumentando os preços.


“O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores, o que faz com que produtos como carne, frango, arroz, milho, soja, entre outros, e seus preços são cotados em dólar. São produtos que levam os preços ofertados nos supermercados a um aumento, pois não interessa aos produtores venderem para o mercado interno, preferindo exportar”, ressalta.

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